segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Violência

Vossa santidade, o Papa Francisco, em um dos seus gestos de humildade, pede que não nos esquecêssemos de rezar por ele, ao final da oração do Ângelus, em uma janela da biblioteca do Vaticano (” Non dimenticate di pregare per me.” ). 

Vendo essa devastação de violência contra a vida no mundo e ao mesmo tempo perto de nós, nossos corações se entristecem e choram quando encontramos seres humanos sem humanidade.

Nos últimos dias, vimos à carnificina no bairro da Messejana, iniciada com o simples fato de um policial proteger a vida de sua esposa. Logo após, vimos em telejornais a morte de mais de uma dúzia de pessoas. Dias após, vemos uma chacina crudelíssima, digna de cena de um filme de guerra, onde, ao som de explosões, rajadas de tiros ceifaram a vida de mais de uma centena de pessoas. 

Penso onde foi que chegamos e para onde iremos com isso. Sem
querer partir de uma visão religiosa, isso é apenas a falta de humildade para pedirmos ajuda, quando até nosso Papa pede isso. E pior: vejo pessoas sem escrúpulos querendo justificar essa violência toda. 

Será que chegamos ao inicio de uma nova guerra? Mais quem ganha em uma guerra? O País que ataca ou o que revida? Temos que lembrar que, na I e na II Guerra Mundial quem apenas perdeu foram os seres humanos, que sofreram de diversas formas possíveis, de fome, de sede, da dor da perca, das doenças...  

Será que já não bastam as guerras que temos que lutar em nossa vida, contra a seca, a fome, a sede, a falta de conhecimento...? E ainda temos que lutar com a crueldade das pessoas. 

No livro de Romanos, capitulo 8, versículo 22 fala que “sabemos que até hoje toda a criação geme e padece, como em dores de parto”. Uma coisa escrita há séculos que vale nos dias de hoje. 

Para encerrar quero pedir que não se esqueçam de fazer suas orações, seja lá qual for a sua religião, para as pessoas que perderam a vida não só na França, mas também para todos aqueles que sofrem violência.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

“Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. A solidão é mais do que o sentimento de querer uma companhia ou querer realizar alguma atividade com outra pessoa não por que simplesmente se isola, mas por que os seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme.”¹
 
Já ouvi muito a expressão que diz que “uma pessoa está sozinha no meio da multidão”. E sabe? Quase nunca acreditei- e não acreditamos até estarmos dentro dela : no simples vazio e frio da solidão. 

O pior é quando você tenta fugir dela: sai de sua solidão em busca de companhia; mas, mesmo com outro, sente de novo a cruel solidão e, então, só resta caminhar com nossos próprios pensamentos.

Caminhos esses que não nós levam a lugar nenhum- e muito menos nos traz pra algum lugar. E mais, a paisagem que vejo na janela é como se fosse uma visão de dentro: um dia sem sol, nublado com chuvas carregadas. E esse cenário só nos coloca mais dentro desse frio.

Como a breve citação acima, falo que solidão não é o simples fato de ter alguém, já que esse alguém, em muitas vezes, te deixará sozinho, sem uma direção certa, sem pestanejar ou simplesmente balbuciar uma palavra que te traga de volta, que te faça encorajar. Uma solidão na qual seus amigos procuram outros rumos, e você, por simplesmente não poder segui-los, é deixado pra trás. 

Lembro-me de Aristóteles quando diz que “Quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é Deus”.

Acho que ele foi mais certo nessa frase do que em qualquer teoria que defenda, pois as feras mais selvagens que existem no mundo são chamadas de homens, pois quem sente prazer em fazer com que as pessoas se sintam sozinhas e perdidas é uma fera indomada que não tem sentimentos e nem amor com o seu próximo. 

Esse castigo que chamamos de isolamento não é bom, nem quando nos sentirmos sozinhos no âmbito familiar, nem no âmbito amoroso. Pois as duas são como facas afiadas que cortam a sua carne, tão precisa como um raio de sol.

A solidão é o preço que temos de pagar por termos nascido neste período moderno, tão cheio de liberdade, de independência e do nosso próprio egoísmo.